Episiotomia
- Violência Obstétrica no Brasil
- 19 de set. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de out. de 2022

Imagem: Revista Statto;
A episiotomia, é um procedimento cirúrgico que consiste em uma incisão no períneo — a região entre o ânus e a vagina — para facilitar a passagem do bebê na hora do parto. Porém, essa técnica na maioria dos casos em que é realizada, não é necessária, causando traumas, danos, dores e desconforto para as mulheres, às vezes, para o resto de suas vidas. Mas, quando foram identificadas as inconsistências presentes nesse método?
Antigamente, os médicos acreditavam que, através deste corte, a tensão nas fibras musculares do períneo era aliviada, facilitando e auxiliando na hora da paciente parir o seu bebê. No entanto, nos últimos 20 anos, uma equipe médica analisou que o procedimento não conferia a proteção que era esperada, já que o próprio trabalho de parto pode afetar a musculatura. Assim, com a realização da episiotomia, não há alteração alguma na condição anatômica da região após o nascimento da criança, como as pessoas imaginavam.
Além disso, o procedimento é agressivo e com grandes possibilidades de futuras complicações, como infecções e o surgimento de hematomas, por exemplo. Mas, quando a episiotomia é necessária?Atualmente, o método só deve ser realizado quando o bebê é muito grande e não consegue nascer devido ao períneo. Só então, o pique tem a real necessidade de ser executado, e apenas se o feto já estiver “coroando” – quando o bebê está quase saindo.
Por isso, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a episiotomia seja evitada,sendo necessária em, no máximo, 10% dos partos no total. Porém, quando o corte no períneo é realizado sem o consentimento e/ou sem anestesia, já é considerado uma mutilação genital, que se enquadra na violência obstétrica.
Acontece que, muitos profissionais da saúde, para “agilizarem” o nascimento da criança, decidem realizar o pique, diversas vezes sem sequer pedir a autorização da mulher em trabalho de parto. É por isso que, muitos profissionais humanizados já defendem há anos o fim do procedimento.
“Sinto a dor até hoje” é o que conta Isabel Ramos, de 65 anos. A diarista teve sua primeira filha com 29 anos e passou por uma episiotomia de rotina, procedimento que ocasionou uma infecção hospitalar. A ferida foi curada por sua sogra que é enfermeira, pois o medo de voltar ao hospital era maior do que o medo de não ter ferramentas adequadas para realizar os curativos.
Portanto, a episiotomia não deve acontecer sem a total autorização da mulher, assistência médica qualificada e sem a extrema necessidade do procedimento para o bem-estar do bebê e da mãe.
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