Caderneta da gestante: direitos que você precisa conhecer
- Violência Obstétrica no Brasil
- 19 de set. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022

Imagem: Ministério da Saúde / Governo Federal;
A gestação é um momento de ansiedade onde surgem muitas dúvidas, ainda mais quando se trata das mães de primeira viagem. A orientação dos profissionais de saúde é necessária, mas não só ela. É imprescindível que a gestante conheça seus direitos e que eles sejam devidamente divulgados.
A caderneta da gestante serve para acompanhar o processo gestacional. Espaço para controle do ganho de peso, pré-natal do parceiro, e orientações sobre exercícios para pré-parto são alguns dos conteúdos presentes nela.
O material acerta em trazer as orientações, mas acaba deixando a desejar quando se trata de alguns procedimentos, como por exemplo, a manobra de Kristeller que não está na lista de praticas não indicadas, mas é algo que não podemos esquecer quando falamos de procedimentos que acabaram sendo normalizados na sociedade. A manobra não é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), porém é utilizada em 36,1% dos partos vaginais, segundo a pesquisa ”Nascer no Brasil”.
Pré-natal do parceiro
As primeiras páginas da cartilha trazem “O Pré-natal do Parceiro”, que é um pequeno questionário sobre as informações de saúde do genitor e algumas orientações básicas. Pelas diversas configurações de família existentes e pela segurança da gestante, o documento deveria incluir um manual para o acompanhante, pois é necessário mostrar que a pessoa responsável pode questionar a postura do profissional em relação aos procedimentos e posturas adotadas quando a gestante não pode responder por si.
Costumes que geram incomodo
Por muitas vezes, a linha entre a técnica profissional e a violência obstétrica, é tênue. Comportamentos agressivos e vexatórios por parte da equipe médica foram normalizados por se tratar de um momento de tensão. No livro “Com dor darás à luz”, a jornalista Thaís Macedo escreveu sobre o relato da jovem Katlin, de 14 anos, a adolescente estava na 35ª semana gestacional quando sua bolsa rompeu.
Apesar da situação, o médico tratava seu caso com desprezo e convidou cerca de dez acadêmicos para examinar a paciente, Katlin foi dispensada do consultório e ouviu de um dos estudantes que o xixi do bebê iria repor o líquido amniótico, uma brincadeira que poderia ser interpretada como uma orientação séria, já que a fala foi proferida por um futuro profissional.
É necessário que comportamentos como o citado, estejam sinalizados como violência na caderneta, mesmo que sutis, são atos que não podem mais passar despercebidos.
Os tipos de violência obstétrica são muitos e precisam ser combatidos de todas as formas possíveis, os canais oficiais de comunicação devem ser os primeiros a oferecer suporte, orientar por meio dos informes de saúde publica irá ajudar as pacientes que possuem menos acesso e consequentemente menos informação. O conhecimento também protege.
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